Se ligue nos eventos, professor!

(PR) I Congresso de Professores de Línguas Oficiais do MERCOSUL - CIPLOM






Data: 19 a 22 de outubro/2010
Local: Campus da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Foz do Iguaçu, Brasil
Informações: 
http://www.unioeste.br/eventos/ciplom/

Como já foram informados pela Ia. Circular, estamos organizando, para outubro de 2010, o I CIPLOM (Congresso de Professores de Línguas Oficiais do MERCOSUL). Depois da difusão dessa primeira circular, somaram-se colegas que tinham participado dos primeiros contatos: do Paraguai (Rocío Lebrón, da Asociación de Profesores de Portugués de Paraguay) e do Uruguai (Javier Geymonat, do Departamento de Segundas Lenguas y Lenguas Extranjeras del Consejo de Educación Inicial y Primaria, que junto com outros tenta formar a primeira associação uruguaia de professores de português). Dessa maneira, vai sendo configurado um contexto dos quatro países do bloco, incluindo aqueles em que o ensino da língua vizinha (no caso, o português) é mais incipiente. 


            A organização de um congresso internacional demanda, dos primeiros momentos de sua concepção, mesmo antes do lançamento público, de um trabalho coordenado, preciso e com prazos relativamente curtos, que, necessariamente, deve ser encarado, no começo, por aqueles que concebem a iniciativa. E depois de lançado requer um trabalho de execução não menos árduo e diligente, que também exige familiaridade com o meio político e acadêmico sobre o qual se pretende atuar. Podem imaginar como isso se potencia na sua complexidade tratando-se de um evento que deve incluir pessoas de países diversos.


No entanto, também do início, tivemos a consciência de que o evento ficaria restrito nos seus objetivos se as associações de professores atuantes nas diversas regiões do Brasil não tivessem a oportunidade de incidir ativamente, de alguma maneira, na sua realização e desenvolvimento. Para atender essa situação de contradição criativa em que nos encontrávamos como idealizadores do Congresso, decidimos diferenciar seus objetivos e propor paralelamente o Encontro, também mencionado na Circular, o I Encontro de Associações de Professores de Línguas Oficiais do MERCOSUL, que acontecerá paralelamente. Para sua realização é que convocamos todos vocês a constituirmos, junto com as associações dos outros países, uma comissão organizadora. Como toda a infra-estrutura estará dada pelo Congresso, a tarefa dessa comissão, que pode ser realizada à distância, será relevante e eminentemente política: determinar a pauta do Encontro e o funcionamento de suas sessões. Propomos que haja, nessa comissão, um representante de cada associação que decida participar, e consideramos ideal que seja presidida, se for possível, por uma associação que não inclua os organizadores do Congresso, para que sua própria constituição signifique uma ampliação da iniciativa. 


Em função de reforçar esse convite, e também de convencê-los da extraordinária oportunidade que pode significar esse encontro internacional, estendemo-nos em algumas explicações, cabíveis para nos dirigirmos a vocês, colegas de docência e de tantos anos de lutas em comum.


            A possibilidade de organizar um evento com associações de países vizinhos se fundamentou, como tantas iniciativas da vida profissional e acadêmica, nos antecedentes de ações em comum e espaços compartilhados. Professores relacionados à APEESP mantêm há muito tempo, e como resultado da cooperação internacional entre universidades, contatos com a formação do professorado de português em diversas cidades da Argentina, e com o desenvolvimento do E/Le naquele país. Entre os membros da APEEPR há colegas que já trabalharam na vizinha província de Misiones, fazendo parte da formação dos professores argentinos de português, e na UNIOESTE, centro em que trabalham vários membros da diretoria da Associação Paranaense e que sediará o Congresso, existem, por diversas vias, vários contatos prévios com a educação intercultural bilíngüe de fronteira. Por sua vez, membros da APEEMS têm também um histórico de trabalho com países como o Paraguai e a Bolívia, centrado no planejamento lingüístico e educativo. E os professores de português de Misiones, que também participaram de cursos oferecidos por membros da APEESP, contam com anos de intercâmbio com o incipiente professorado de português no Paraguai, além de serem desde 2007 organizadores das Olimpíadas de Español – Portugués del Mercosur, financiadas pelo governo de Misiones e com participação de alunos do ensino fundamental e médio dos quatro países do bloco. Em função desses precedentes, e do conhecimento prévio, foi que consideramos pertinente desenvolver a iniciativa, que em edições posteriores poderá ser assumida por outros grupos em outras sedes.


            Da mesma maneira, cremos que o evento pode alcançar importante significação política e educativa com uma ampla participação das associações brasileiras, e que o Encontro com as associações de outros países pode significar um avanço de qualidade, para todos nós, na compreensão das problemáticas que nos atingem. Há considerações em três ordens que, do nosso ponto de vista, apontam a importância que essa confluência inédita pode ter:

1) A adoção do português brasileiro como língua escolar nos países vizinhos, com o processo mais avançado na Argentina mediante a aprovação da Lei nacional 26.468 / 2008, é um fato histórico e sem precedentes, que aponta para uma nova realidade lingüística na região. Por sua vez, o contato com os professores desses países mostra problemáticas no processo de implantação escolar, bastante análogas às que aqui enfrentamos em relação ao espanhol: descaso das autoridades, falta de estímulo aos sistemas escolares, especulações sobre soluções “mágicas” e “rápidas”, bem como atitudes que parecem tender a relegar a língua a um lugar “de segunda” ou, no caso da educação para as elites, em um negócio para empresas que esquivam os controles do sistema educativo. Desse modo, os professores de português argentinos, paraguaios e uruguaios, e suas associações são, hoje, os principais interessados em que a língua do Brasil vingue realmente nos sistemas educativos e, por isso, são importantíssimos aliados potenciais dos professores brasileiros de espanhol.
2) A existência do Acordo de Admissão de Títulos para o Exercício da Docência em Espanhol e Português como Línguas Estrangeiras nos Países do MERCOSUL, assinado em 2005 pelos ministérios da Educação, bem como o de reconhecimento de diplomas de graduação para estudos de pós-graduação, vigente desde 1998, propiciam uma perspectiva de intercâmbios e deslocamentos que pode incluir docentes de modo crescente, criando um importante contexto de oportunidades de colaboração que beneficiem nossos associados de diversas maneiras. Somam-se a isso as iniciativas, no MERCOSUL educacional, de começar a instituir nos nossos países a formação na especificidade denominada PELSE, Português e Espanhol como Línguas Segundas e Estrangeiras, perfil profissional resultante do processo de integração e que pode ser de crescente interesse para nossos associados.
3) Paralelamente com esse cenário propício, e em contradição com ele, a profissão de docente de língua estrangeira vive, no nossos países, uma situação de precarização crescente. Trabalho não registrado, diminuição de carga horária, prescindência do professor em função de modalidades que desvirtuam os benefícios das novas tecnologias, formam um cenário preocupante na medida em que em certas ocasiões, o próprio poder público estimula a deteriorização.
            Cremos que o conhecimento e discussão mútua dessas problemáticas podem abrir espaços para a ação conjunta, a criatividade e o crescimento profissional e acadêmico.

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