Se ligue nos eventos, professor!

(SP) I Seminário Internacional do GELIC - Grupo de Estudos de Línguas em Contato

I Seminário Internacional do GELIC, 22 e 23 de novembro de 2010
Workshop: O português brasileiro em comunidades isoladas, 24 de novembro de 2010
Local: FFLCH, Sala 266, Prédio de Letras.
Apoio: Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, Programa de Pós-graduação em Filologia e Língua Portuguesa, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

Inscrições
O Grupo de Estudos de Línguas em Contato (GELIC) organizará o seu I Seminário sobre a questão do contato linguístico. O Brasil e o mundo português oferecem um sem-fim de situações de contato históricas e atuais.
Os resumos de trabalhos completos deverão versar sobre um dos seguintes temas:
•    As línguas crioulas de base portuguesa
•    Estudos históricos sobre o contato de línguas
•    A língua portuguesa como L2 e língua estrangeira
•    A língua portuguesa popular em contato com as variedades consideradas 'cultas'
•    A língua portuguesa de comunidades quilombolas
•    A língua portuguesa em contato com línguas indígenas brasileiras
•    A língua portuguesa em contato com línguas de imigrantes
•    A língua portuguesa em contato com línguas nas fronteiras
•    As línguas indígenas em contato com outras línguas indígenas
•    As línguas indígenas em contato com línguas de fronteira
•    O multilinguismo: português/línguas indígenas/línguas de imigrantes/línguas de fronteira
Resumos cujos temas não pertençam à lista serão excluídos.
Ficha de Inscrição
Programação
Email: gelic.usp@gmail.com Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo.
Datas importantes:
30/09     Data final para submissão de resumos: Inscrições encerradas
OBS: alunos de graduação somente poderão apresentar trabalhos na categoria pôster
18/10     Envio das cartas de aceite
20/10     Data para pagamento
Taxas de inscrição
Até 20 de outubro
Professor: 60,00
Aluno de pós-graduação: 30,00
Aluno de graduação: 15,00
Ouvinte: 10,00
Depois de 20 de outubro
Professor: 80,00
Aluno de pós-graduação: 40,00
Aluno de graduação: 20,00
Ouvinte: 10,00

Dados da conta bancária para depósito na ficha de inscrição

Conferências
22/11 Segunda-feira
9:00 Bilinguismo e bilingualidade em situações de contatos linguísticos
Dra. Ana Cláudia Peters (Universidade Federal de Juiz de Fora)
Os conceitos "bilinguismo" e "bilingualidade" são propostos e discutidos aqui no âmbito das Línguas em Contato, da Sociolinguística. Bilinguismo é apresentado como uma situação social na qual duas ou mais línguas estão em contato e, bilingualidade, como a expressão individual do bilinguismo. Essa perspectiva nos permite considerar que cada indivíduo possui seu próprio grau de bilingualidade que é mutável e dinâmico de acordo com as situações de bilinguismo que lhe são apresentadas. Isso quer dizer que a manifestação da bilingualidade está diretamente relacionada às necessidades apresentadas pelos contextos. Entendendo assim tais conceitos, é possível desenvolver estudos sobre línguas em contato em situações de ocorrência informal (como em comunidades de imigrantes, por exemplo, ou comunidades de fronteira) e em situações formais de contato linguístico (como nos processos educacionais de ensino de línguas).

14:00 Reconstrução fonológica
Dr. Valteir Martins (Universidade do Estado do Amazonas)
O trabalho de reconstrução fonológica se faz através da comparação de sons de línguas de uma mesma família. Considerando que cada uma dessas línguas tem uma fonologia ligeiramente diferente, faz-se a reconstrução com o objetivo de estabelecer como era a fonologia da língua que as originaram. As regras fonológicas para estabelecer uma fonologia hipotética da língua mãe são as mesmas operantes nas línguas naturais. As diferenças sincrônicas entre as línguas de uma mesma família são causadas por processos diacrônicos tais como: enfraquecimento dos sons, passagem de um sistema tonal para um acentual, ampliação/diminuição do quadro das vogais por assimilação de traços, mudanças de sonoridade com projeção no sistema de nasalização etc. Esses processos são evidenciados nas reconstruções fonológicas propostas para o Maku Oriental e Arawak.

23/11 Terça-feira
8:30 O protótipo de crioulo: sim ou não?
Dr. Tjerk Hagemeijer (Universidade de Lisboa)
O debate sobre a universalidade das chamadas línguas crioulas surgiu, pela primeira vez, no trabalho de Adolpho Coelho, em finais do século XIX, tendo ganho um novo impulso na segunda metade do século XX: primeiro com a teoria monogenética das décadas de 60/70, seguida do Bioprograma de Bickerton, na década de 80, e actualmente com o protótipo de crioulo proposto por McWhorter. Esta última proposta defende que os crioulos, por serem línguas de formação recente que se desenvolveram a partir de pidgins, podem ser tipologicamente distinguidos de outras línguas naturais, nomeadamente pelo facto de serem menos complexos do que línguas com uma história mais antiga. Nesta apresentação, propomo-nos avaliar determinadas questões diacrónicas e sincrónicas relacionadas com o protótipo de crioulo, com base em diversos estudos de caso.

15:15 O Português Afro-brasileiro
Contato entre línguas e mudança linguística: o caso do português afro-brasileiroDr. Dante Luchessi (Universidade Federal da Bahia/CNPq)
A exposição terá como ponto de partida a visão de que uma das maiores contribuições teóricas que a crioulística tem a oferecer à ciência da linguagem é o estabelecimento de relações empiricamente motivadas entre as situações de contato massivo, abrupto e radical e processos de mudança estrutural específicos e bem determinados. Nesse sentido, um dos grandes consensos no campo dos estudos crioulos tem uma implicação fundamental: em situações de contato linguístico massivo tende a ocorrer a perda de mecanismos gramaticais desprovidos de valor informacional, como as regras de concordância verbal e nominal, ou cujo significado é mais abstrato ou menos transparente, como os artigos, que marcam especificidade e definitude nos sintagmas nominais. Por outro lado, como não há virtualmente língua humana que não tenha passado em sua história por uma situação de contato massivo, mais ou menos intenso, tais construtos teóricos da crioulística teriam um campo de aplicação potencialmente ilimitado, no estudo das línguas humanas. A busca do estabelecimento de relações empiricamente motivadas entre situações de contato linguístico massivo e processos específicos de mudança está no centro do programa de pesquisa do Projeto Vertentes do Português Popular do Estado da Bahia, desenvolvido na UFBa, desde o ano de 2002. O seu campo de investigação empírica prioritário são as comunidades rurais isoladas formadas majoritariamente por descendentes de escravos africanos, em muitos casos remanescentes de antigos quilombos. Muitos avanços foram alcançados em análises variacionistas sobre diversos aspectos da gramática dessas comunidades, com o enquadramento teórico metodológico da sociolinguística laboviana, tais como: a alternância dativa, a ampla variação no emprego das regras de concordância nominal e verbal, na flexão de caso dos pronomes pessoais e no emprego do artigo. Portanto, o objetivo central da exposição será demonstrar como os construtos teóricos provenientes da análise dos processos de pidginização e crioulização podem ser o ponto de partida para análises da sócio-histórica da fala de comunidades rurais afro-brasileiras isoladas, nas quais emerge um cenário em que as características gramaticais provenientes do contato entre línguas se apresentam na gramática dessas comunidades em função da ação niveladora dos grandes centros urbanos.

16:15 Contextos de uso de DPs nus no português afro-brasileiro. Resultados de aquisição do português em situação de contato?
Dra. Ilza Ribeiro (Universidade Federal da Bahia/CNPq)
Considerando as definições convencionais de “línguas crioulas”, vários estudos têm apontado para o fato de que o português afro-brasileiro não se caracteriza como tal. Por outro lado, o português afro-brasileiro é uma língua de contato: os primeiros africanos a chegarem às terras hoje brasileiras, não importa de qual região da África vieram e qual/quais língua(s) falavam, se encontraram em uma situação de contato linguístico amplo e diversificado (línguas africanas, indígenas e européias) durante o processo de aquisição do português. Os resultados dos diversos contatos e das diferentes situações de contato se manifestam no português afro-brasileiro em cada nível de descrição linguística, fornecendo um campo fértil para a investigação dos tipos de mudança que ocorrem na aquisição de uma língua em situação de contato. Nesta fala, exploramos alguns efeitos de contato no português afro-brasileiro, a partir de dados de fala de informantes com mais de 90 anos, de algumas das comunidades de afro-descendentes que fazem parte do Projeto Vertentes do Português Popular do Estado da Bahia. Analisamos as ocorrências de DPs nus, ou seja, DPs sem determinantes foneticamente realizados, não como resultantes de uma competência imperfeita do sistema do português brasileiro culto, mas como resultantes da forma como o novo sistema explora as possibilidades formais para expressar conceitos que são expressos em estruturas diferentes na língua alvo. Estabelecemos uma descrição das possibilidades de realização de DPs nus, e comparamos as estruturas observadas nos dados dos informantes com as de outras línguas românicas e germânicas. A comparação tem como objetivo principal mostrar que o uso de determinantes nulos em DPs em posições argumentais (sobretudo no que se refere a nomes contáveis nus) é muito restritivo em outras línguas românicas e germânicas modernas, aí incluindo o português europeu, mas de uso bastante amplo no português afro-brasileiro. A existência de um determinante nulo no português afro-brasileiro, e no PB vernacular em geral, sobretudo nas normas não padronizadas pela escolarização, fornece elementos para se entender como uma gramática pode alterar o padrão dos dados do input no processo de aquisição de uma língua, em situação de multilinguismo generalizado. Por fim, a comparação com os contextos de ocorrência de DPs nus em crioulos de Cabo Verde apontam para semelhanças entre os dois sistemas, que podem ser interpretadas como resultantes de processos de transmissão linguística irregular.

Site: http://www.fflch.usp.br/dlcv/lport/gelic/index.php?option=com_content&view=article&id=340&Itemid=92

0 comentários:

Postar um comentário

Eventos

Eventos Acadêmicos - Por Feeds

O piso é lei!

O piso é lei!

Seguidores