No dia 26 de outubro, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e suas 43 entidades filiadas em todo o Brasil irão fazer uma mobilização que promete reunir cerca de dez mil pessoas no Planalto Central. É a 5ª Marcha Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, que nesta edição pede 10 mil pelos 10% do PIB para a Educação. O Brasil investe, hoje, cerca de 5% do PIB no setor.
Para a CNTE, não há dúvidas de que o
direito à educação depende de mais recursos financeiros e de sua melhor
aplicação. A meta de investimento de 10% do PIB visa tirar o atraso no
qual a educação pública brasileira se encontra. Atualmente, é notório o
quanto os educadores estão desestimulados devido à baixa remuneração e à
estrutura precária das escolas.
Pesquisas denunciam que a juventude não
se sente atraída pela carreira de educador. O número de formandos nos
cursos preparatórios de docentes para os primeiros anos da educação
básica - como Pedagogia e Normal Superior – foi reduzido pela metade em
quatro anos, segundo os últimos dados do Censo do Ensino Superior,
realizado anualmente pelo MEC. De 2005 a 2009, o número de graduados
caiu de 103 mil para 52 mil, comprovando o desinteresse dos jovens pela
carreira.
Motivos para parar não faltam
As muitas paralisações organizadas
revelam a dificuldade de interlocução com os governantes para o
atendimento das atuais demandas da educação. Somente na rede pública
estadual, a CNTE contabiliza doze greves em 2011. Atualmente, a rede
estadual do Pará está paralisada.
A longa duração dessas greves chama a
atenção. Os professores cearenses voltaram às salas de aula somente após
63 dias e com o compromisso do governo do estado de pagar o piso
vinculado à carreira. Em Minas Gerais, os professores permaneceram em
greve por 112 dias até conseguirem dar início a um processo de
negociação com o governo estadual.
O motivo principal das greves de 2011 é o
descumprimento da Lei 11.738/08, que trata do Piso Salarial
Profissional Nacional (PSPN). Sancionada há 3 anos pelo presidente Lula,
a lei ainda não é cumprida integralmente em nenhum estado e município.
“Na maioria dos estados e municípios que dizem cumprir o piso, a norma
não é seguida como deveria, pois não estruturaram uma carreira para os
profissionais", afirma o presidente da CNTE, Roberto Leão.
Equívoco sobre o valor do piso
A Lei do Piso estabeleceu o valor de R$950,00 para ser pago como vencimento inicial de carreira do professor com formação de nível médio, a partir de 2008. Este valor sofreria reajustes anuais utilizando-se o mesmo percentual de crescimento do valor anual mínimo por aluno do Fundeb, referente aos anos iniciais do ensino fundamental urbano. Por isso, a CNTE calcula que os professores de nível médio deveriam receber em 2011 um salário inicial de R$1.597,87. O Ministério da Educação, porém, estabeleceu a quantia de R$1.187,97.
A Lei do Piso estabeleceu o valor de R$950,00 para ser pago como vencimento inicial de carreira do professor com formação de nível médio, a partir de 2008. Este valor sofreria reajustes anuais utilizando-se o mesmo percentual de crescimento do valor anual mínimo por aluno do Fundeb, referente aos anos iniciais do ensino fundamental urbano. Por isso, a CNTE calcula que os professores de nível médio deveriam receber em 2011 um salário inicial de R$1.597,87. O Ministério da Educação, porém, estabeleceu a quantia de R$1.187,97.
Marcha Nacional
A Marcha Nacional no dia 26 de outubro
visa sensibilizar a sociedade e dar visibilidade para questões que
comprometem a qualidade da educação. Neste dia, os participantes se
concentrarão às 9 horas em frente ao estádio Mané Garrincha (em reforma
para a Copa de 2014) e marcharão a partir das 10 horas até o Congresso
Nacional, onde será feito um ato pela defesa de 10% do PIB e não apenas
7% como consta no Plano Nacional de Educação (PNE), em tramitação no
Congresso.
A CNTE pretende entregar ao presidente
da Câmara dos Deputados, Marco Maia, e ao relator do PNE, Deputado
Ângelo Vanhoni, cem mil assinaturas de apoio à destinação de 10% do PIB
para a educação pública brasileira.
Também estarão expostos em frente ao
Congresso, os trabalhos da mostra cultural promovida pela Confederação.
Nesta mostra, lançada no dia 16 de setembro, alunos de escolas públicas
inscreveram desenhos, poemas, cordéis, qualquer manifestação artística
sobre o tema “Por que 10% do PIB para a Educação Pública?”.
A CNTE convida todos a participar do
movimento por mais financiamento para o setor. A educação tem papel
importante na formação dos trabalhadores, na distribuição da renda e no
desenvolvimento sustentável a longo prazo. “10% do PIB não é muito e
todos sabem disso, principalmente em se tratando de educação, que é
essencial para a construção de um país justo e preparado para o futuro”
afirma Leão. (CNTE, 19/10/11)
Fonte: http://www.cnte.org.br/index.php/comunica%C3%A7%C3%A3o/noticias/9167-o-brasil-vai-parar-para-marchar-em-brasilia
Fonte: http://www.cnte.org.br/index.php/comunica%C3%A7%C3%A3o/noticias/9167-o-brasil-vai-parar-para-marchar-em-brasilia
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